Hoje (02) registramos a saída de centenas de
pessoas do município de Aracatu para outros estados do Brasil em busca de
melhorias de vida. Os trabalhadores estão partindo para a colheita do café em
Minas Gerais e São Paulo, são homens,
mulheres, jovens e até crianças que vão acompanhadas dos pais, essas
pessoas irão trabalhar um período de 3
meses com o objetivo de ganhar dinheiro para sustentar suas famílias pelo resto
do ano, até a época de voltar novamente.
Hoje
saiu 10 ônibus com cerca de 40 passageiros cada um e estão previstos a saída de mais 100 nos próximos
30 dias, com a falta de trabalho quase metade da população do município saem
para fora no período de maio a agosto em busca de novas alternativas.
Eles deixam para traz
suas terras e alguns familiares e vão em buscas de recursos sem saber se terão
resultados ou não , pois nem sempre a colheita é boa, o frio é intenso, o
trabalho é pesado e muitos arriscam suas
vidas na longa viagem e eles trabalham próximo ao mato onde tem animais
ferozes e insetos peçonhentos que muitas das vezes atacam as pessoas nas
lavouras.
Tem pessoas que ganham muito dinheiro que dar para comprar
até carros e motos quando retornarem, porém muitos desses trabalhadores são estudantes que desistem da escola para ir
ao trabalho sazonal, com isso acaba atrapalhando
na educação fazendo com que eles atrasem o ano letivo podendo até
perder de ano.
Há vários anos esse ciclo
se repetem em Aracatu e até o
momento os projetos elaborados não são suficientes para fixar esses trabalhadores em suas terras,
não concordamos que o motivo da migração é a falta de chuvas, pois esse ano
choveu bastante e nossas terras produzem de tudo, é preciso mais políticas públicas de
qualidade com investimentos direcionados aos trabalhadores do campo, com juros
baixos e incentivos de venda dos produtos colhidos em suas lavouras para que os
mesmos possam cultivar suas próprias terras.
Dos quatros municípios mais próximos da região, Aracatu é o
que mais migram pessoas para colheita de
café por ser um município de pequeno porte, isso mexe com a estrutura
financeira, e durante o período de 3 meses o comércio cai e dificulta a vida de
quem vai vender ou comprar, isso mostra que algo pode está errado. Cadê os investimentos
do PRONAF? Onde estão os presidentes das associações que não agem? Será que os homens do campo só tem coragem de
trabalhar em outros estados? Será que os trabalhadores rurais do nosso município não fixa
mais em suas terras porque não tem pra quem vender os produtos? Ou será que o
motivo é outro?
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