Perguntada sobre o segredo da sua longevidade, Vovó acredita
que foi um querer de Deus. "Ele quis e estou aqui". (Foto: Eli
Cruz/iBahia)
Com um sorriso no rosto e unhas bem feitas. Foi assim que
Vovó recebeu a equipe de reportagem do iBahia na tarde desta quarta-feira (25).
A anciã, que pode ser uma das mulheres mais velhas do mundo, se chama Eurides
Fagundes e ganhou o apelido carinhoso das cuidadoras da Associação
Solidariedade Grupo de Apoio ao Paciente Portador de Câncer (ASGAP), no bairro
de Cidade Nova, em Salvador, onde ela vive há 17 anos. Dona Eurides soma 120
anos bem vividos. Nasceu no dia 6 de dezembro de 1894, em Salvador, segundo sua
carteira de identidade, mas contesta e diz que nasceu e foi criada em Caboto,
no município de Candeias, região metropolitana de Salvador. Para se ter uma
ideia, ela chegou a conhecer Lampião e Maria Bonita que, por sinal, nasceram
depois dela, em 1898 e em 1911 respectivamente. "Ele assustava todo mundo
e não existia aquele que não tivesse medo", conta. Sem filhos e sem nunca ter casado, dona Eurides
conta que após uma paixão não correspondida, ainda na adolescência, resolveu
esquecer os homens. "Tinha um rapaz que morava perto da minha casa e que
eu gostava, mas as 'raparigas' sempre tomavam ele de mim. Quando ele foi
trabalhar em Nazaré das Farinhas, voltou com outra, aí eu não quis saber mais
de ninguém", revelou. Vivos e que ela tenha ainda relação, sobraram apenas
alguns sobrinhos que moram em Candeias e que vão visitá-la em datas
comemorativas. "Vou passar essa Páscoa com eles. Em dezembro (mês do seu
aniversário) eles estiveram aqui", lembra. Vovó foi morar na casa de apoio
após uma cirurgia, em 1995 no Hospital Santa Izabel, para a retirada do útero
após descobrir um câncer na região e foi quando o vice-presidente da casa,
Jorge Brito, resolveu adotá-la. "Na
época da cirurgia (quando tinha 101 anos) ela precisava de acompanhamento e
deveria ter alguns cuidados especiais e o vice percebeu que ela não teria esses
cuidados em Candeais - onde ela morou com os familiares por alguns anos - então
ele decidiu deixá-la na casa mesmo curada" explica Maria Helena, cuidadora
de Dona Eurides há dois anos.
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