sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Os três conselhos



Foto: Blog do Anderson



Por Carlos Costa
Um casal de jovens recém-casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta para a esposa: querida, vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável.  Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa: que você me espere enquanto eu estiver fora. Você me espera e seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você. Dito isso, o jovem saiu, andou muitos dias a pé até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo na sua fazenda. O jovem chegou e se ofereceu para trabalhar, e foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, que aceitou prontamente. O pacto foi o seguinte: deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que  devo ir o senhor me dispense das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário, peço que o senhor o coloque na poupança até o dia que eu for embora. No dia que eu sair o senhor me dê o dinheiro e eu sigo o meu caminho.
Tudo combinado, aquele jovem trabalhou durante vinte anos sem férias e sem descanso. Depois de vinte anos, chegou para o patrão e disse: patrão, estou voltando para o meu lar. Eu quero o meu dinheiro, pois quero voltar para a minha esposa. O patrão lhe respondeu: tudo bem, afinal fizemos um pacto e vou cumprí-lo.  Só que antes quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora, ou lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro, eu não lhe dou os conselhos. Se eu lhe der os conselhos, eu não lhe darei o dinheiro. Vá para seu quarto, pense e depois me dê a resposta. Ele pensou durante três dias, procurou o patrão e disse: quero os três conselhos! O patrão novamente frisou: se eu lhe der os conselhos não lhe darei o dinheiro. E o empregado respondeu: quero os conselhos! O patrão então lhe falou: primeiro conselho, nunca tome atalhos em sua vida. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a tua vida. Segundo, nunca seja curioso para aquilo que  é mal, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal. Terceiro e último conselho, nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.
Após dar os conselhos o patrão disse ao rapaz que já não era tão jovem assim, aqui você tem três pães, esses dois pães são para você comer durante a viagem e esse terceiro é para comer com a sua esposa assim que chegar a sua casa. O homem então seguiu o seu caminho de volta depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Após o primeiro dia de caminhada encontrou com um homem que o cumprimentou e lhe perguntou: para aonde você vai? Ele respondeu: Vou para um lugar distante que fica há mais de quinze dias de caminhada por esta estrada. O homem então lhe disse: amigo, esse caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é ótimo e você chega em poucos dias. O homem contente começou a seguir pelo atalho quando lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu pelo caminho normal. Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada. Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira de uma estrada onde pôde hospedar. Pagou a diária e após um banho deitou-se para dormir. De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor, levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir ao local do grito. Quando estava abrindo a porta, com a mão na tramela, lembrou-se do segundo conselho, voltou, deitou-se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedaria lhe perguntou se não havia escutado gritos durante a noite. E ele respondeu que sim. O homem o indagou novamente, perguntando se ele não estava curioso a respeito e ele respondeu que não. O hospedeiro prosseguiu: você é um dos poucos viajantes a sair daqui vivo, pois, aqui há um homem que tem crises de loucura, grita durante a noite e quando alguém sai, mata-o e o enterra no quintal.
O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso para chegar  em casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça da chaminé de sua casinha. Andou mais, viu entre os arbustos a silhueta da sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu um homem a quem ela estava acariciando os cabelos. Quando viu aquela cena o seu coração se encheu de ódio e de amargura. Decidiu correr de encontro aos dois e matá-los sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho. Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo, e no dia seguinte tomaria uma decisão. Ao amanhecer, já com a cabeça fria ele pensou: não vou matar a minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta, só que antes quero dizer a minha esposa que sempre fui fiel a ela. Dirigiu-se a porta da casinha e bateu, quando a mulher abriu a porta e o reconheceu, se atira no seu pescoço e o abraça afetuosamente. Ele tenta a afastar, mas não consegue. Então, com lágrimas nos olhos lhe disse: eu fui fiel a você e você me traiu. Ela espantada lhe respondeu: Como? Eu nunca lhe traí, te esperei durantes esses vinte anos! Ele então lhe perguntou: e aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer? Aquele homem? Aquele homem é o nosso filho. Quando você foi embora descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade. Então o marido entrou, conheceu, abraçou o filho e contou-lhe toda a sua história. A esposa preparou um cafezinho, sentaram-se para tomar o café e comer juntos o último pão. Após a oração de agradecimento a Deus, com lágrimas de emoção, ele partiu o pão, e ao abri-lo, encontra todo o seu tesouro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação e trabalho árduo.
Moral da história: Muitas vezes achamos que o atalho queima etapas. Muitas vezes somos curiosos e queremos saber de coisas que nada de bom nos acrescentará e outras vezes agimos por impulso na hora do ódio e da raiva e fatalmente nos arrependeremos depois.
Espero que você, como eu, nunca se esqueça desses três conselhos. Que no dia 28 de outubro  votemos com a razão para que não venhamos futuramente nos arrepender  de termos tomado uma decisão precipitada e sem pensar nas consequências.

Fonte: Blog do Anderson    Vitória da Conquista

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