Meteorologistas de vários institutos divulgaram, na ultima semana, a
previsão para os próximos meses na Região Nordeste, e concluíram que o período
de chuvas pode não ser tão generoso nas áreas que mais sofrem com a seca.
Um pouco de chuva, nos últimos dias, mudou a paisagem e o ânimo dos
sertanejos em algumas regiões do Nordeste.
Mas foi o oceano que deu aos meteorologistas a base para previsão de
chuva dos próximos três meses no semiárido. A chuva se concentra,
principalmente, em uma faixa de nuvens chamada Zona de Convergência. Ela tem
permanecido sobre uma área do Oceano Atlântico longe da costa do Nordeste, onde
a água está mais aquecida.
"Ela tende a migrar para posições onde o oceano está mais quente. O
que a gente vem observando nos meses é que está sendo mantida essa condição de
aquecimento. Então, se essa inércia continuar, isso desfavorece as chuvas aqui
para a região", explica Caio Coelho, meteorologista do CPTEC/Inpe.
No norte do Nordeste, onde ficam o Maranhão, Piauí e Ceará, a probabilidade
de chover abaixo da média é de 45%. No restante da região há chance de chover
um pouco mais.
O período de chuva em parte do Nordeste dura apenas quatro meses no
começo do ano. Por isso, a previsão que foi divulgada é tão importante. Sem chuva agora, a população
terá que esperar mais um ano e enfrentar todas as dificuldades de uma seca
prolongada.
Diante da previsão pessimista da meteorologia, a coordenadora da ASA
(Articulação no Semiárido Brasileiro), ONG que articula ações para o semiárido
diz que é preciso manter medidas emergenciais, como o abastecimento por
carros-pipa e intensificar programas como a instalação de cisternas.
"A água dessa chuva, ainda que seja pouca, é possível guardar, e a
gente tem experiência de agricultores pelo semiárido afora que, com a sua
cisterna de placa para consumo humano, a primeira chuva, a segunda chuva já têm
entrado nestas tecnologias e elas têm ficado armazenadas", aponta Cristina
Nascimento, coordenadora da ASA.
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