Parlamentares evangélicos em momento de oração
“O Senhor disse que aqueles que querem
viver piedosamente serão perseguidos. Estamos vivendo um ensaio daquilo que
ainda virá com mais intensidade contra os cristãos”. Com o colarinho
desabotoado, terno e gravata escuros e camisa branca, o pastor Henrique Afonso
(PV-AC) faz um alerta às pessoas que acompanham sua pregação na manhã da última
quarta-feira. O local: o plenário número dois das comissões da Câmara dos
Deputados. O público: oito deputados federais e trinta servidores do Congresso.
O culto ocorre semanalmente. Os parlamentares-pastores fazem um rodízio. A cada
semana, uma dupla divide a direção do serviço e a pregação do dia. Na última
quarta-feira, o sermão de Henrique Afonso estava relacionado à tensão gerada
pela eleição de Marco Feliciano (PSC-SP), pastor da Assembléia de Deus, para a
presidência da Comissão de Direitos Humanos. O deputado enfrenta resistência
por afirmar que a união de pessoas do mesmo sexo é condenável e dizer que os
africanos são vítimas de uma maldição dos tempos bíblicos. O caso apontou os
holofotes para a atuação da bancada evangélica no parlamento. Em parte pelos
próprios defeitos, em parte pela incompreensão dos adversários políticos, esses
parlamentares têm ganhado espaço cada vez maior no debate político nacional. E
os sinais são de que eles vieram para ficar.
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