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A presidente Dilma
Rousseff lamentou nesta terça-feira a morte do presidente venezuelano, Hugo
Chávez. Durante a abertura do 11º Congresso Nacional de Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais, em Brasília, Dilma afirmou que Chávez foi "uma
liderança comprometida com seu país e com o desenvolvimento dos povos da
América Latina".
"Em muitas
ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o presidente
Chávez, mas hoje nós, como sempre, reconhecemos nele uma grande liderança, uma
perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil", afirmou.
"Deixará no coração, na história e nas lutas da América Latina um vazio.
Lamento, como presidente da República, e como uma pessoa que tinha por ele um
grande carinho", completou.
"Além de
liderança expressiva, o presidente Chávez foi um homem generoso. Generoso com
todos aqueles que neste continente precisaram dele", concluiu, antes de
pedir um minuto de silêncio aos presentes no evento.
A presidente Dilma Rousseff participará do velório de Chávez,
confirmou ao Terra um
interlocutor do Palácio do Planalto com trânsito no gabinete presidencial.
Segundo a fonte, Dilma irá a Caracas, mas o governo brasileiro ainda precisa
ser informado sobre a data da cerimônia.
Uma das primeiras
ações da presidente assim que soube da morte de Chávez foi desmarcar a viagem
que faria amanhã à Argentina. As primeiras movimentações da presidente incluiu
conversas com o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência,
Marco Aurélio Garcia. Próximo ao governo venezuelano, Garcia chegou a ser
enviado a Cuba pelo governo brasileiro para obter informações sobre a saúde de
Chávez.
Ainda nesta
terça-feira é esperada uma nota oficial da Presidência da República sobre o
assunto. Dilma participa no início desta noite de um evento ligado a
trabalhadores rurais e, segundo assessores, ainda vai avaliar e aprovar o texto
a ser publicado assim que voltar ao seu gabinete, no Palácio do Planalto.
Veja a íntegra do discurso de Dilma:
Queria iniciar minha fala fazendo uma manifestação antes de
começar propriamente o discurso. Hoje, lamentavelmente, infelizmente e com
tristeza eu digo a vocês que morreu um grande latino-americano. O presidente da
Venezuela Hugo Chávez Frias.
Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos e
centro-americanos. O presidente Chávez foi, sem dúvidas, uma liderança
comprometida como seu país e com o desenvolvimento dos povos da América Latina.
Em muitas ocasiões o governo brasileiro não concordou integralmente com o
presidente Chávez, mas hoje nós, como sempre, reconhecemos nele uma grande
liderança, uma perda irreparável e, sobretudo, um amigo do Brasil.
O presidente Hugo Chávez deixará no coração, na história e nas
lutas da América Latina um vazio. Lamento, como presidente da República e como uma
pessoa que tinha por ele um grande carinho. Além de liderança expressiva, o
presidente Chávez foi um homem generoso. Generoso com todos aqueles que neste
continente precisaram dele. Quero pedir um minuto de silêncio para homenagear
esse grande latino-americano.
Morre Hugo Chávez aos 58 anos
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, morreu aos 58 anos nesta terça-feira. A
informação foi confirmada pelo vice Nicolás Maduro em cadeia de televisão pouco
antes das 19h, pelo horário do Brasil. Ontem, um boletim do governo informava
que o estado de saúde do líder, operado quatro vezes de um câncer, havia
piorado.
"Transmitimos aos
seus familiares e a todo o nosso povo a nossa dor. Essa dor imensa, essa
tragédia histórica", afirmou Maduro. Chávez morreu às 16h25 (17h55 de Brasília)
e o anúncio foi feito pelo vice-presidente acompanhado de grande parte dos mais
altos cargos do governo. "Pedimos a todos os venezuelanos que sejam
vigilantes pela paz, pelo respeito, pela tranquilidade desta pátria",
disse
Horas antes, Maduro
havia se reunido com os governadores chavistas e com os membros do governo no
Palácio de Miraflores. No início da tarde, ele fez um pronunciamento no qual
informou que dois adidos militares dos Estados Unidos foram expulsos da
Venezuela por estarem conspirando contra a segurança nacional.
Na mesma fala, o vice
também acusou os "inimigos" de causarem a doença de Hugo Chávez e
anunciou que uma comissão vai investigar essa possibilidade. "O comandante
enfrenta seus dias mais difíceis", disse Maduro, embargando a voz.
"Comandante
Chávez, obrigado por tudo o que fez por esse povo", afirmou, emocionado, o
encarregado de substituir o presidente venezuelano. Nicolás Maduro, escolhido
vice por Chávez após as eleições de outubro do ano passado, disse que as
informações sobre o velório e o enterro do mandatário serão passadas em breve.
O governo colocou em
prática um plano militar e policial especial para garantir "a paz" do
país. "Estava previsto um esquema especial de toda a Força Armada Nacional
Bolivariana (FANB), da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), que neste momento
está se preparando para acompanhar e proteger nosso povo", afirmou Maduro.
"A paz, queridos compatriotas, o respeito e a paz têm que andar de mãos
dadas nesta dor imensa após esta tragédia histórica que hoje atinge nossa
pátria", pediu o vice venezuelano.
Hugo Chávez tratava um
câncer desde junho de 2011, quando se submeteu, em Cuba, a primeira operação
para retirada de nódulos. O líder da chamada revolução bolivariana se submeteu
ao tratamento de quimioterapia e, no dia 20 de outubro do mesmo ano, anunciou
que o câncer tinha sido superado. No entanto, em fevereiro de 2012, Chávez fez
novos exames e descobriu "uma lesão" no mesmo local de onde o tumor
foi retirado. Era outro tumor, que foi retirado. O presidente, então, voltou a
se tratar em Havana. O local exato do câncer nunca foi revelado.
No dia 9 de julho de
2012, o presidente venezuelano afirmou que estava "totalmente curado"
da doença. O câncer persistiu e, no dia 8 de dezembro, Chávez foi à televisão
anunciar que precisava se submeter a um novo tratamento, mais forte, e que
poderia não assumir para seu terceiro mandato em janeiro. "Se isso
acontecer e novas eleições forem convocadas, peço que votem no companheiro
Nicolás Maduro", disse na época. Esta foi a última vez que Chávez foi
visto em público.
A cirurgia foi
realizada em Havana no dia 11 de dezembro e, desde então, Chávez não fez mais
pronunciamentos. A voz do presidente nunca mais foi ouvida. Essa ausência
causou uma série de dúvidas sobre o real estado de saúde do líder. A oposição
acusava o governo de estar mentindo. O governo divulgava boletins quase semanais
com poucas informações.
Em fevereiro, após
semanas de incertezas, o governo da Venezuela divulgou imagens de Chávez ao
lado das filhas. Nas três fotos exibidas por Maduro em uma entrevista coletiva,
o presidente aparecia deitado e sorrindo.
Terra
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